quarta-feira, 8 de julho de 2009

Impressões de um evento "Creepy"

Uma das definições de "creepy" pelo dicionário Michaelis é "arrepiador" ou algo que arrepia. Não é aquele arrepio gostoso, relacionado ao prazer de escutarmos uma boa música ou assistirmos a um bom filme. Não. É arrepio de terror mesmo! O mesmo arrepio que sentimos quando alguém nos assusta ou quando passamos em frente a um cemitério.

O evento "creepy" a que me refiro é o concerto em homenagem a Michael Jackson ocorrido na última terça e coberto por pelo menos 4 gigantes da tevê americana. Mariah Carey, Lionel Ritchie, Stevie Wonder e Usher foram alguns artistas que compareceram e cantaram sucessos de Michael para um Staples Center lotado de fãs consternados. Teria sido um show fantástico se não fosse por um detalhe medonho e embaraçoso que vocês já devem ter percebido: diante deles, a alguns metros palco abaixo, estava o caixão de Michael coberto de flores.

Peraí. Então houve um show... com dezenas de instrumentistas... produção de primeira... ginásio lotado... durante um velório? Pois é.

Eu confesso que não entendi. Não sei se foi por causa da minha criação católica latina terceiro mundista ou porque não devo ter acompanhado de perto as tradições americanas mas fiquei absolutamente sem entender aquilo tudo. Na minha concepção (oldfashioned?), velório é um momento solene, de reflexão, de lamento e de respeito a cada um dos presentes e principalmente àquele que se foi. O que vi lá foi uma despedida deselegante e sem qualquer propósito. Quando Usher desceu do palco e tocou o caixão enquanto cantava, confesso que um arrepio de horror subiu pela minha espinha, pois fiquei a imaginar o que fariam as próximas celebridades.

Talvez isso tenha feito sentido na cabeça dos milhares de americanos que ganharam seu ingresso sorteado na internet e compareceram ao evento. Na minha não fez. Você diria então, "ah mas é costume nos EUA os amigos e parentes despedirem-se de falecidos com apresentações de música e até dança", eu retruco perguntando "Foi preciso tudo isto? Mesmo se tratando de Michael Jackson?". Nestes momentos de inversão de valores, Elizabeth Taylor parece ser para mim a pessoa mais sã do mundo! Acho que você leu o que ela disse sobre não poder ir ao evento não leu?

Deixe-me lembra-lo: "Me pediram que falasse no ginásio Staples Center. Não posso ser parte de um circo público. E não posso garantir que diria algo coerente. Não acho que Michael quisesse que compartilhasse minha dor com milhões de pessoas. Como me sinto, é algo entre nós, não um evento público. Disse que não iria ao Staples Center e certamente não quero chegar a fazer parte disso. Amava-o demais".

Um comentário:

Unknown disse...

Oi primo querido, que bom ler um blog seu. Parabéns!
Eu não sei se os americanos gostaram ou se alguma outra cultura considera normal, o fato é que HOJE vivemos no mundo midiatizado, palavra feia, né. Mas, na minha opinião, ser mídia já faz parte do conceito humano (risos) e isso dá uma virada maluca nos valores, na moral e costumes. Confesso que já não uso mais meus valores para olhar o mundo. Calma! eu julgo por eles senão não seria humana, mas tá dificil ficar perplexa diante de tantos absurdos. então to procurando um jeito de ver tanta coisa nova...mas ainda não achei. Ichiiiiiiiii e pra falar verdade não vi o que foi circo pra elisabeth, o que foi velório para outros e muito menos o show com caixão do lado...sorry! sem a mídia fica mais dificil de se assustar com acontecido. Bjkas e inté!

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