domingo, 29 de março de 2009

O "Ídolo" das emissoras!


Deu na imprensa americana desta semana: A Fox americana venceu fácil na última quinta feira. Ela teve um total de 16 milhões de telespectadores e conseguiu 6.1 pontos no índice Nielsen (o IBOPE deles) contra 3.8 pontos da ABC (10 milhões e 900 mil telespectadores) e 3.5 da CBS (10 milhões e 100 mil). São quase 6 milhões de telespectadores a mais! Sabem o que é isso? É quase o público total que assiste à Oprah Winfrey! Para seus executivos, não existe programa mais interessante no mundo! American Idol é um fenômeno de audiência, de marketing e de merchandising. Tudo nele é exagerado. Foram mais de 4 mil "product placements" (inserção de produtos) durante a 7a temporada. Um anúncio de 30 segundos custava cerca de 700 mil dólares. Empresas como Coca Cola, Ford e Apple inundam o programa de comerciais e merchandising, sendo impossível escapar deles mesmo na era do TIVO (aparelho que permite "pular" comerciais).

Por causa de American Idol, a Fox também venceu (já está se acostumando a isto) o páreo da semana. Foi o programa mais visto seguido da ABC com seu Dancing with the Stars. Em terceiro, temos novamente o American Idol (sim, ele passa 2 vezes na semana) para somente então deixar lugar para os programas esportivos e de ficção. Agora, você pergunta "por que a razão de tanto sucesso?".

É claro que o programa é bem produzido, bem editado e bem vendido. Nisso não há dúvida! Mas a razão da audiência não é essa. Talvez esteja na própria sociedade americana e em seu gosto particular de cultuar ídolos (ou aquele que estiver a caminho de ser ídolo), talvez esteja no prazer que sentimos quando alguém que canta mal é escorraçado pela "simpática" figura de Simon Fuller, talvez sejam as discussões acaloradas entre os jurados quando há divergência entre votos e a aprovação do candidato depende apenas de um jurado indeciso.

As explicações para o sucesso do programa resultaram até mesmo em trabalhos acadêmicos que podem facilmente ser consultados no Google, no entanto, tenho a minha própria teoria: eu acho que na verdade ninguém sabe! Nem mesmo os produtores Simon Fuller e Nigel Lythgoe sabiam que o programa de competição que eles bolaram lá em 2002 alcançaria tanto prestígio e teria tantas temporadas (8, na verdade). A única certeza que temos sobre American Idol é que certamente teremos versões deles pelos próximos 3 anos, pelo menos.

Outra certeza de American Idol (que pode ter relação direta com seu sucesso duradouro) é o fato de seus participantes estourarem na mídia após vencerem o programa. Eles gravam discos, suas músicas estouram na Billboard transformando-os em verdadeiras celebridades "a posteriori". Neste caso, "american idol" não é apenas uma logomarca do programa, eles são sim uma fábrica de ídolos. É dali que saíram Kelly Clarkson, Clay Aiken, e ultimamente David Cook. Um detalhe: não precisa ser vencedor do programa para ser considerado um ídolo americano. Esse foi o caso por exemplo de Clay Aiken que ficou em segundo lugar mas teve uma carreira tão ou mais bem sucedida que o vencedor (Ruben Studdard).

As versões brasileiras do "AI" ficaram primeiramente a cargo do SBT que estreou com seu Ídolos em 2006 . Durou 2 temporadas. O suficiente para que a Record interviesse e comprasse o formato em 2008 (não vou entrar em detalhes sobre a briga entre as duas pela compra do formato, adianto apenas que daria para fazer um bom documentário disso tudo). Ao contrário dos EUA, aqui ninguém tá muito interessado em manter ídolos depois de lançados, afinal, o negócio sai caro para todo mundo e pagar "jabá" para estas rádios tocarem suas músicas é a última coisa que uma emissora quer fazer. Desejo toda a sorte do mundo aos vencedores das edições brasileiras (Leandro Lopes, Thaeme Marioto e Rafel Barreto) porque eles vão precisar num mercado musical tão viciado como o nosso.

terça-feira, 17 de março de 2009

NATPE, agora em vídeo!

NATPE quer dizer "National Association of Television Program Executives" ou Associação Nacional dos Produtores de Programas de Televisão. Eles produzem anualmente em Las Vegas uma feira mundial onde não se negocia anualmente sobre algo que na verdade é virtual, não existe no nosso mundo físico. Eles negociam centenas de milhões de dólares em compra e venda de "formatos" de programas de televisão. Não é fantástico?

Isso quer dizer que um belo dia, um sujeito teve uma idéia para um programa de televisão, game-show, novela, filme, telefilme, reality show etc... e antes de fazer o que centenas de outras pessoas fazem diariamente pelo mundo... ele decidiu registrar sua idéia. Depois dedicou a ela alguns momentos do seu dia até que ela se trasnformasse em algo sólido que pudesse ser vendido a produtores de conteúdo (incluídos aqui a pequena produtora XYZ até os grandes conglomerados de mídia que assustam a todos pelo enorme tamanho e poder de fogo em produção de conteúdo). Depois que o filme, programa, novela, etc... é produzido ele é negociado na feira NATPE para o mundo todo. Literalmente.

É lá que se encontram os nossos peixes graúdos da televisão brasileira (se quiser chama-los de tubarões, tudo bem, não vou criar caso por isso). Representantes das Redes Record, SBT, Globo e Bandeirantes batem anualmente o cartão para entrar por seus imensos corredores e vasculhar com olhos nervosos os cartazes trazendo os novos formatos do setor (que não têm sido muitos ultimamente). Foi lá que a Globo fechou com a Endemol um contrato para ter o "direito" de produzir uma versão do Big Brother aqui no Brasil. Foi lá que o SBT comprou os direitos de poder produzir programas como Supernanny e Topa ou não Topa. Eles foram lá desembolsaram dinheiro pelo "direito" de se usar uma idéia! E às vezes brigam por ela! É o que aconteceu recentemente no embate travado pela Record e SBT pela posse de uma preciosidade chamada: American Idol!
Você deve estar se perguntando onde estou querendo chegar. É simples: a NATPE é o exemplo real e imediato de que idéias valem ouro! É claro que não pode ser qualquer uma. A idéia do sujeito lá do primeiro parágrafo foi pesquisada, debatida, produzida e exibida em seu país de origem. E só então pode ser negociada na NATPE! Munidos de relatórios de audiência e citações de jornais e revistas, os executivos tentam fazer seu formato crescer aos olhos do cliente, para então negociar um contrato (muitas vezes vultoso, dependendo da audiência obtida pelo formato) com prazo de validade e regras específicas de produção e exibição. Mas apesar do caminho sinuoso até chegar à NATPE e apesar das muitas mudanças sofridas ao longo deste caminho, o cerne do negócio ainda é a "idéia".

Uma idéia vale ouro! Trabalhe em cima disto! Trabalhe em cima de sua idéia! Quem sabe daqui a alguns anos ela não venha a ser negociada na NATPE? :))

Para os executivos que não puderam (ou não quiseram) frequentar as dezenas de palestras e conferências da feira (foram muitas, acredite!) houve uma boa notícia: elas foram gravadas e autoradas em DVD! São palestras absurdas de boas, com convidados do calibre de Ben Silverman (CEO da NBC) e Anne Sweeney (ABC), executivos de empresas como TIVO e Lionsgate entre outros. Tudo isto está em um pacote de 12 DVDs no disponíveis no site dos caras. Algo absolutamente indispensável na biblioteca de uma faculdade de Publicidade e Propaganda.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Survivor Tocantins

Lembra do programa "No Limite", da Rede Globo? Aquele que os competidores tinham de comer verme, passar por provas de resistência e no final da edição o Zeca Camargo abria a caixa com os votos de que seria eliminado naquela episódio? Pois ele não é nada mais nada menos que a edição brasileira do americano Survivor.

O Survivor é programa de gente grande. Criado há 18 anos pelo "media mogul" Mark Burnett, ele faz parte do seleto grupo de programas que inaugurou o gênero (copiado posteriormente à exaustão) que ficaria conhecido como reality show. O programa mostra uma batalha na selva que é travada por 16 participantes ávidos por chegar à final e ganhar o prêmio de 1 milhão de dólares. Pouco mudou desde sua criação (não se mexe em algo que traz audiência), assim vemos ainda hoje o candidato passando por provas de resistência, de aptidão física e ainda há aquelas provas que fazem o seu estômago revirar. Come-se de tudo em Survivor: esquilos, cobras, lagartos, escorpiões, grilos, vermes e tudo o que eles mais encontrarem nos países que servem de locação para eles. Já foi exibido Survivor Guatemala, Fiji, Amazônia, Palau, China, Ilhas Cook, Micronésia, Gabão e desta vez a CBS nos brinda com Survivor... Tocantins!

O programa foi gravado na cidade de Jalapão entre os meses de novembro do ano passado e janeiro deste ano e depois de uma elaborada edição e pós-produção, estreou na CBS no dia 12 de janeiro. Não é exagero afirmar que as gravações de Survivor impulsionaram o comércio e turismo do local de um modo como há muito tempo não se viu. De acordo com informações do governo de Tocantins, a alta do comércio foi de até 30%. O governo divulgou também que para a gravação da série foi mobilizado um contingente de 400 pessoas do Brasil e do mundo, uma equipe digna de super produções de Hollywood.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Seu caderno virou 3G


Neste mundo, num certo dia, um sujeito ficou satisfeito porque havia adquirido mobilidade! Estava feliz porque comprou um caderno especial, pautado na frente e quadriculado atrás. Isso era fantástico porque permitia a ele escrever na frente pautada, enquanto atrás do caderno ele podia fazer rascunhos de seus projetos eletrônicos (pois a parte quadriculada ajudava a esquematizar com mais facilidade).

Imaginem que ele podia levar esse caderno para o lugar que quisesse. Nas aulas da faculdade ou até durante seu trajeto à biblioteca, ele poderia botar sua cuca para funcionar e criar seus esquemas eletrônicos mirabolantes. Todo lugar era lugar de ser criativo. Viva a modernidade!

Agora, o mais incrível: ele achava (de verdade) que sua vida estava mais fácil!

Assim como a vida de sua namorada. Ela, por exemplo, estava igualmente feliz porque havia comprado uma máquina de escrever elétrica. Agora ela não tinha que forçar os dedos ao datilografar sua monografia de linguística, bastava apenas um leve toque... e lá estava a palavra no papel. Ela até mesmo podia levar a máquina consigo, caso tivesse que escrever algo na faculdade, pois a “bichinha” se transformava numa valise, bastava apenas puxar a alça. Ah, viva a modernidade!

Ela também achava que sua vida ficou mais fácil.

Acontece, que o sujeito do primeiro parágrafo sou eu. E a namorada do terceiro parágrafo, é minha mulher. E isto tudo realmente aconteceu. Adoro saudosismo, tenho um monte de coisas que remontam aos anos 80 e 90, mas situações como estas não deixaram saudades!

Ah só pra constar! Estou escrevendo isto de um
cybercafé, após consultar alguns dados na internet e depois de ter pausado o meu projeto em Autocad. Vou ter de ficar por aqui, pois tenho que ler os emails dos colegas que deverão “pipocar” em instantes para comentar o projeto (um deles está no Ceará, e dois no Mato Grosso). E viva a modernidade!

segunda-feira, 2 de março de 2009

Watchmen, será que vinga?

Nossa! Quanto tempo! Estive fora porque estava ocupado em inserir legendas de um programa jornalístico americano e aquilo me consumiu de um jeito que era apenas acabar meu horário e eu não queria mais saber de teclado em minha frente. Eu sei, foi "over" isto, mas devo confessar que bateu um tédio porque algumas coisas que eu esperava acontecer não aconteceram e fiquei um pouco chateado com a situação toda. Mas isso também não é desculpa pra eu deixar de postar, então... putz! O que devo fazer? Bem, vou ficar quieto e postar alguma coisa.

Segue o novo clip de
Watchmen. Eu simplesmente acho o gibi sensacional. Foi a melhor coisa que saiu em quadrinhos em todos os tempos (ao lado de Sandman). Sim, você leu corretamente. Em todos os tempos. A imprensa pode falar o que quiser do Alan Moore, podem chama-lo de recluso, de doido, de bruxo, do que quiserem, mas este inglês é na minha humilde opinião o mais genial roteirista vivo. Tanto é que resolvi traduzir (de graça, olha que eu não faço muito isso) um texto dele no qual ele disseca a arte de escrever para quadrinhos. Vou disponibilizar depois para os estudantes de roteiro que quiserem aprender um pouco mais com o mestre (é claro que vou resolver as questões de direitos autorais primeiro, com estas coisas não se brinca).

A primeira notícia que ouvi sobre Watchmen transformar-se em filme foi pouco depois do lançamento do gibi, no começo dos anos 90. Imediatamente entrei no coro de milhares de outros fãs que disseram categóricos "Não dá pra fazer!". E claro que na época os estúdios depois disseram: "Não dá pra fazer! Vai ficar muito caro!". A partir daí morreu o assunto. Mas em Hollywood, depois que Homens Aranhas, Hulks e Homens de Ferro saíram das páginas da DCComics e inundaram seus cofres de dinheiro, não precisou de muito esforço para que um executivo tirasse o pó do projeto e resolvesse colocar a produção de pé. O escolhido para dirigir não era tão mal assim: Zack Snyder, o mesmo de 300. O visual, pelo menos, não iria fazer feio.

Agora o trailer taí. E já tá causando. Eu assisti e gostei, mas devo confessar que em momento algum fiquei comparando "ah, isso aqui não tinha no gibi, ah naquilo o gibi tá melhor, etc..." Pára! Não vamos também ser fanáticos! Vou assistir ao filme como quem assiste a um produto inédito e depois vou dizer se gostei ou não. Do trailer eu gostei. Veja se você gosta:


Por que Neil Patel é tão bom?

Quando este indiano criado nos EUA criou a conta "@whoisneilpatel" ninguém entendeu nada. Surgiu logo depois as fotos de modelos...