O lado da Polícia.

Segue um email que foi enviado pelo deputado Sérgio Olímpio Gomes, major da reserva da PM. Considere isso como o outro lado do caso Eloá, por assim dizer:

"Teria o ESTADO condenado Eloá à morte?

O Promotor Antonio Nobre Folgado que acompanha a apuração da tragédia deSanto André disse que o GATE não tinha autorização para realizar o "tiro deneutralização" contra Lindemberg.
Segundo o Promotor, o Gabinete de Crise era formado pelo Governador Serra e oSecretário Marzagão, maiores chefes da segurança paulista."Tinham autorização para invadir, mas não para atirar."
Em gerenciamento de crises semelhantes, as alternativas táticas são: aNegociação, a Negociação Tática, a Invasão Tática e o Tiro de Comprometimento.
Se a ingerência política chegou a ponto de impedir uma das alternativastáticas, todo o trabalho técnico ficou comprometido.
Em entrevista jornalística, o Cel Félix afirma que foi ao Palácio do Governoconversar sobre o Caso Santo André. Se o GATE tinha total liberdade de açãocomo afirma nota da Secretaria da Segurança Pública, o que ele foi conversarlá?
O Cel Felix, o Ten Cel Depieri, o Cap Giovanini e sua tropa são tãoprofissionais, leais e disciplinados que são capazes de suportar as críticase o escárnio nacional sem apontar os verdadeiros responsáveis pelo desfechotrágico.
Em quantas ocasiões, durante as 100 horas de negociação, os atiradores doGATE tiveram campo favorável para o Tiro de Comprometimento? Para muitos,foram várias as oportunidades para aniquilar aquele facínora, mas atendendoàs ordens supremas a Polícia nada pode fazer.
Até que ponto a ingerência política interferiu no trabalho técnico e táticocomprometendo o resultado da Operação?

Sérgio Olimpio GomesMajor da Reserva PMDeputado Estadual"

Caso Eloá: o lado da população

Não sou muito de comentar assuntos polêmicos mas o que foi esse "caso Lindenberg"?

É assustador o número de erros da polícia, e como isso pegou mal pra todos nós, brasileiros. Como não bastasse a repercussão causada pela desastrosa operação no sequestro do ônibus 174, achei eu, na minha inocência que isso talvez tenha motivado a Secretaria de Segurança Pública e a própria Polícia a investir pesados recursos no treinamento de policiais de modo a evitar que erros operacionais como aquele tornassem a acontecer. Ledo engano. Novamente eles mostraram que estão muito aquém de uma operação profissional

Apesar da sucessão de erros apontada pelo profissional da SWAT no programa do Fantástico há um erro grotesco que foi notado por qualquer cidadão de bom senso: a polícia permitir (ou facilitar) o retorno de Naiara ao apartamento para negociar com o Lindenberg. Onde já se viu uma coisa dessas? Deixar a menina sem qualquer escolta e pronta para ser novamente sequestrada pelo doente?

Isso mostra o quanto precisamos treinar nossa força tática, o quanto nossos policiais estão perdidos e sem qualquer apoio da nossa secretaria de segurança. Pra avançarmos neste território primeiramente teríamos que ter o reconhecimento formal de que a polícia vai mal, precisa de ajuda e precisa de dinheiro. Mas é claro que isso não vai acontecer, afinal, o orgulho das chefias também exerce papel de destaque neste ramo de negócio. Humildade em aceitar os erros é algo fora de questão.

Lembro de ter escutado na tevê um dos representantes do GATE dizer que se tivessem alvejado o sequestrador, eles seriam criticados pela opinião pública por não "terem dado mais tempo à negociação". Bem, agora eles são criticados por sua ação desastrosa. Então eu pergunto: "Qual das críticas teria sido melhor eles receberem? Crítica por ação desastrada? Ou crítica por ação precipitada, mas certeira (do mesmo modo que acontece na polícia americana)"? Lindenberg ficou na mira de um rifle 6 vezes. Portanto oportunidades não faltaram.

A partir daí, fica outra indagação: "Como vai ser o desfecho do próximo sequestro que envolver imprensa e opinião pública"? Estaremos novamente indignados com (a falta de) o preparo da polícia? Ou estaremos exclamando, "puxa que violência aquilo, né? a televisão não devia mostrar coisas como o sequestrador tomar um tiro na cabeça!"

Novo concurso de dramaturgia!

Dica dada pela colega Denise Duarte, do grupo Roteiros on Line:

"Concurso de Dramaturgia do CBTIJ (Centro Brasileiro de Teatro para a Infância e Juventude) 2008

Devido a grande repercussão alcançada com a publicação de textos teatrais infantis nas ultimas revistas do Seminário Nacional de Teatro para a Infância e Juventude, o Núcleo de teatro-educação vem lançar o Concurso de Dramaturgia do CBTIJ. O concurso premiará dois textos, sendo um infantil e outro juvenil. Os textos selecionados serão publicados na “Revista do CBTIJ 2008 - Concurso de Dramaturgia” com distribuição gratuita em bibliotecas, centros culturais e universidades de todo o país. Será também promovida uma leitura dramatizada dos textos com comentários de especialistas da área. Uma comissão de seleção será constituída por três profissionais renomados na área indicados pelo Núcleo de teatro-educação.

Regulamento:

1. Poderão concorrer textos teatrais inéditos para crianças e para jovens;
   
2. Todos os interessados podem participar. Não é necessário ser associado ao CBTIJ;
   
3. O texto deverá ser compatível com um espetáculo de no mínimo 45 min. de duração;
   
4. Deverão ser enviadas três cópias do texto digitado em Arial 12, contendo apenas o título e o pseudônimo do autor, sem nenhuma indicação de seu nome verdadeiro;
   
5. Esse envelope deverá conter, além das três cópias do texto, um segundo envelope lacrado: externamente deverá constar o nome da obra e internamente as seguintes informações: nome verdadeiro do autor, endereço, e-mail e telefone para contato;
   
6. As inscrições estarão abertas de 10 de outubro a 10 de novembro de 2008.
   Os textos deverão ser enviados apenas pelo correio para a Caixa Postal: 16080 CEP: 22221-971- Rio de Janeiro - RJ;
   
7. No remetente deverá constar apenas o pseudônimo do autor e endereço;
   
8. Somente serão aceitos textos postados no correio até a data limite de inscrição;
   
9. Os autores dos textos selecionados devem produzir a leitura dramatizada, com atores e o que mais for necessário;
   
10. O resultado será divulgado pelo site a partir do dia 15 de novembro de 2008.
    
11. O autor que enviar seu texto para o concurso estará automaticamente aceitando sua publicação na Revista do CBTIJ, caso venha a ser selecionado."

Acho estes concursos culturais um importante modo de se começar a escrever e ter seu trabalho conhecido pelo maior número de pessoas. Taí, mãos à obra, quer dizer, ao teclado.

Mal de Alzheimer

Confesso que a pesquisa que estou fazendo sobre o Mal de Alzheimer (para escrever o texto do Sesi) está me supreendendo a cada dia que passa. Estou chocado com os novos dados que chegam pra mim sobre esta doença que aflige cerca 10% dos nossos idosos com mais de 65 anos e até 50% dos idosos com mais de 85 anos.

O que mais impressiona é a perda progressiva da memória (que pode começar com um simples esquecimento) até a capacidade de não mais poder coordenar os próprios movimentos e a fala. Apesar de ter ficado impressionado com a agressividade da doença, fiquei também muito sensibilizado com o trabalho fantástico que vem sendo desenvolvido por entidades beneficentes como a AlzheimerMed e a ABRAZ.

Entre as informações mais relevantes sobre a doença estão o fato do Mal evoluir continua e sistematicamente. São 5 a 15% da cognição que se perde por ano de doença. Este quadro pode ser atenuado com o uso de medicamentos e pela assistência contínua ao doente. É muito importante neste momento da vida (e durante o tratamento) o apoio da família e as mudanças de alguns hábitos de modo a garantir a segurança e o bem estar do paciente.

Já existem pesquisas avançadas no campo da neurologia que conseguem até mesmo suspender o avanço desta doença, mas nada se compara ao oceano de possibilidades que existe por trás das pesquisas genéticas. Tenho muito otimismo que a pesquisa com as células troncos venha a exercer um papel decisivo no combate deste mal.

Enquanto eu faço o texto do Sesi, penso em um modo dele ser útil (nada comparado às pesquisas, claro) às pessoas e poder informá-las um pouco mais sobre esta triste realidade. É difícil porque esse recado tem de ser passado sem ser apelativo, sem se transformar em um merchandising barato, já que o foco deve ser sempre a história. Sempre. Uma história bem contada é algo digno de nota, mas se esta mesma história contiver uma mensagem construtiva, algo que enriqueça... que instrua as mentes das pessoas que a vivenciam, aí o trabalho está mais que completo, está selado!!! :))) É um puta desafio, sem dúvida! Mas não seria legal se não fosse difícil.

Um abraço e um beijo a todas estas pessoas desveladas e inspiradoras, que facilitam a vida de centenas de doentes deste mal que certamente não vai durar muito tempo.