sexta-feira, 22 de maio de 2009

Estréia no Blog: Audiência televisiva nos EUA

A partir desta semana, publicarei o índice Nielsen dos programas mais assistidos nos EUA. É um índice semanal e leva em conta três tipos de consumidores: o telespectador de tevê aberta, o de tevê em cabo e o telespectador hispano, cuja participação no mercado americano cresce ano a ano.

Resumindo, podemos dizer que o IBOPE é para nós o que o índice Nielsen é para eles. O nome Nielsen vem do fundador Arthur Nielsen que era analista de mercado nos anos 20 e desenvolveu um modo de contabilização e manunseio de aparelhos de rádio ligados nos EUA nos anos 40. Dez anos depois o sistema foi incorporado à televisão e desde então o método idealizado e utilizado por Nielsen foi levado ao mundo inteiro. A contabilização e registro do que o usuário vê em sua casa é feito de duas maneiras:

  • através de do 'diário do usuário", ou de um aparelho que grava os hábitos televisivos do telespectador;
  • ou através de um aparelho mais sofisticado (instalado em casas selecionadas) que coleta toda a experiência do usuário, ou seja, ligação e desligamento da tevê e as mudanças de canal;

Estes dados são coletados todas as noites, religiosamente, desde a instalação deste método de leitura nos anos 50. Atualmente os aparelhos mandam os dados via modem, para a elaboração de planilhas de audiência que monitoram dados minuto a minuto. Em 2005, a Nielsen passou a monitorar também um novo hábito que em breve tomaria conta dos EUA: a de gravar os programas digitalmente, via Tivo. Os resultados das primeiras pesquisas indicaram que esse hábito teria um efeito marcante na publicidade e nos programas de televisão, já que o telespectador agora não precisaria assistir ao intervalo comercial. Ele era sumariamente editado na gravação do programa.

A Nielsen basicamente lida com dois tipos de medida: a audiência em pontos e o tal do "share". De acordo com dados de setembro de 2008, estes pontos representam um total de 114 milhões e quinhentos mil televisores ligados nos EUA. Deste modo, um único ponto em rede nacional equivaleria a 1 milhão 145 mil televisores para a temporada de 2006 e 2007. As datas são importantes porque a cada ano, muda-se a totalidade dos televisores ligados, conforme um enunciado periódico da empresa (sai aproximadamente em agosto).

E o que seria o "share"? Share é a porcentagem dos equipamentos de medição ligados em determinado programa. Por exemplo: a Nielsen reportou que um programa recebeu a qualificação "9.2/15" durante sua exibição por todos os EUA. Isso significa que enquanto 15 por cento de todas as casas equipadas com o sistema de medição estavam com a televisão ligada em determinado momento, uma média de 9.2 por cento de televisores sintonizaram neste programa.

A diferença entre audiência e share é que audiência reflete o total de televisores ligados em um programa específico enquanto share reflete a porcentagem de televisores atualmente em uso, ligados no mesmo programa. Pelo fato da audiência basear-se em amostras, é possível que programas obtenham 0.0 de share, enquanto têm um mínimo de audiência. Segue então a primeira tabela dos índices Nielsen da semana de 8 de junho de 2009:

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Anjos e Demônios - Estréia hoje!

Estou muito envolvido em traduções e queria deixar uma nota pra não passar em branco.

Hoje vai ser o dia em que os departamento financeiro da Sony vai ficar de olho na registradora. Trata-se da esperada estréia de "Anjos e Demônios", o longa do diretor Hon Howard que veio "tentar" se aproximar de seu predecessor "O Código Da Vinci". Não vai conseguir. Sorry!

Não é porque o filme não seja bom. Ele até que é. Tem sequências belíssimas de Roma, centenas de extras além de uma fotografia muito eficiente. Mas o que ocorre é que há exatos 3 anos, no lançamento do "Código...", havia também o burburinho criado em torno do primeiro livro. Todos que tiveram a idéia de ler o livro (muitos ganharam sem pedir) quiseram também checar se o filme seria igualmente interessante. Faturou de cara, na primeira semana, 77 milhões de dólares nos EUA e internacionalmente 155 milhões. Foi formidável.

"Anjos e Demônios" vai ficar aquém deste número (e a Sony inclusive sabe disto), mas não vai ficar tão mal assim na história. Os executivos mais pessimistas acham que vão vender algo em torno de 40 e 50 milhões. Raramente acontece com executivos de estúdio o que aconteceu no caso desta produção, ou seja, eles terem uma idéia de quanto o seu filme vai render. Eles sabem disso porque primeiro, trata-se de uma franquia de Dan Brown. Segundo, o autor, produtor, diretor, ator e roteirista não mudaram! Isso quer dizer que 70% do filme já estava pronto! Restava apenas lidar com o trabalho operacional de produção e distribuição. Não é fantástico você ter estes dados já no início de uma produção? É o sonho de todo executivo de estúdio!

"Anjos e Demônios" antes mesmo de sua estréia, já é passado! Next! Vamos ver o que temos agora para tentar ganhar dinheiro... vejamos...

domingo, 3 de maio de 2009

Gigante à vista!!!


No mundo dos negócios do entretenimento dos EUA os formatos e conteúdos existentes no mercado se resumem basicamente em 2 tipos de material: os scripted (com roteiro prévio que incluem mas não se limitam a novelas, filmes, quadrinhos, livros e games) e os unscripted (sem roteiro prévio, incluindo aí os game shows, programas de auditório e nos últimos anos os "reality shows"). Isso significa dizer que as produtoras criam e negociam seus formatos baseados primeiramente nestas duas relevâncias. Diante de todo o arsenal de mídia que é usado na batalha de audiência das tevês abertas e a cabo, podemos ter a certeza que esse material ou é um formato scripted ou é unscripted, não há como fugir de uma destas condições. Sacaram?
Atualmente os representantes mais poderosos dos formatos "com roteiro" são os grandes estúdios de Hollywood, como a Warner, a Sony, a Fox e a Disney. Ninguém duvida que eles são os donos da bola e regem o mercado aplicando tendências e ditando as suas regras. Acontece que a outra fatia deste mercado (a dos formatos "sem roteiro"), apesar de possuir uma expressão menor nos EUA, é algo que arrebanha toneladas de dinheiro internacionalmente.

Dominado por empresas globais como a Freemantle Media e a Endemol, este mercado de "unscripted" é tão promissor que acabou chamando a atenção de um gigante até então adormecido com a causa, ou pelo menos que não se importou tanto assim com esta causa: a Sony Pictures!


O que chamou a atenção deste gigante foi o fato de 1/3 da grade americana ser dedicada a estes formatos e também o fato destas empresas negociarem seus títulos no mercado internacional com muito mais facilidade que os formatos "com roteiro" que eles possuem às pencas. Na última edição da revista Television Week, o presidente da Sony Pictures Television, Steve Mosko, declarou que "os estúdios sempre tiveram a idéia que sua função é criar uma programação com roteiro que alimente grande parte das grades americanas, mas se olharmos ao que a Freemantle e a Endemol têm feito internacionalmente, vemos que há um mercado enorme para o 'reality'. Se tivermos o programa certo, podemos fazer um bocado de dinheiro no mundo todo!". Apesar de serem donos do formato "Wheel of Fortune" (Roda da Fortuna), considerado pelos marketeiros como uma máquina de fazer dinheiro, a Sony naturalmente quer mais.

Ela já vem ensaiando a sua entrada no mundo dos "sem roteiros" há algum tempo. Compraram por exemplo a Two Way Traffic, uma gigante distribuidora deste tipo de formato (eles negociam por exemplo, o programa "Quem quer ser Milionário?"; não confunda com o filme... :), a empresa Embassy Row, além de Tom Forman, um veterano produtor de reality shows, responsável por programas como Kid Nation (reality polêmico e de sucesso nos EUA). Outro passo dado para entrar de vez no mercado foi a contratação de um executivo da Endemol chamado Mike Morley para chefiar sua base em Londres e dali, negociar a compra e venda destes formatos.

"Os formatos 'sem roteiro' têm uma grande habilidade de produzir um lucro ancilar" declara outra contratada da Sony, Holly Jacobs, veterana de produção cujo plano de ataque será remexer no enorme catálogo de formatos "com roteiro" que a Sony possui, e a partir deles, produzir conteúdos de reality show e programas de auditório. Contando com a estrutura atual de produção e com um caixa pra lá de generoso, Jacobs prevê que a Sony tem tudo para surpreender o mercado e se tornar em breve uma das gigantes deste setor.

Outra carta nas mangas é a imagem cultivada de "produtora independente" que ela possui no mercado. Todos sabem que a Sony não possui vínculos fortes com emissora grande alguma. Isso ajudaria por exemplo, na contratação de talentos peso-pesados como Mark Burnett e, a posteriori, na venda de seus formatos a qualquer emissora interessada.



Por que Neil Patel é tão bom?

Quando este indiano criado nos EUA criou a conta "@whoisneilpatel" ninguém entendeu nada. Surgiu logo depois as fotos de modelos...