terça-feira, 19 de agosto de 2008

Dias depois da Olimpiada, num consultório de medicina esportiva.

O sujeito tombou o corpo para a frente, disse "trinta e três", inspirou e expirou quando o médico pediu, teve os reflexos testados e depois deitou-se na cama para um exame mais detalhado.

- Humm, estou vendo que as suas brânquias estão aparecendo de novo... - disse ele mexendo em algum lugar perto das costelas de seu paciente.
- Ahh, aí faz cócegas! - reclamou o sujeito.
- Tem certeza de que ninguém viu isso? Isso é muito sério! - vociferou o médico com um irritação. - Você sabe que não podemos sequer pensar nesta hipótese!
- É claro que não! Isso descolou ontem!

O médico continuou a análise do paciente, como quem analisa um espécime da área 51. Pegou uma lanterna e pediu para ele abrir a boca.

- Hum, a coisa é mais séria do que eu imaginava!
- O que está acontecendo, doutor? - quis saber o sujeito.
- Você não me disse nada sobre esta segunda fileira de dentes!
- Você não me perguntou!
- E você acha que eles vão lhe perguntar alguma coisa? Vão apenas tirar fotos disto e colocar nos jornais! O que acha disto?
- Eu posso usar aparelhos!

O médico suspirou e, literalmente, pegou no pé do seu paciente. Ele disse:

- E quanto a isto? Acha que pode esconder estas guelras entre os dedos dedos por quanto tempo?
- Eu posso usar meias!
O médico continuou a verificar os dedos. Ele parecia falar mais consigo mesmo do que com o paciente.
- Eles te trucidariam se você continuasse fazendo o que faz... enquanto usa meias!

O sujeito iria retrucar, mas foi desestimulado pelo médico que gesticulou para que ele parasse.

- Ah meu querido! Vamos ser francos um com o outro! - o médico deu a volta ao redor da mesa e sentou-se em sua poltrona de couro - Não podemos mais continuar com isso! Você está em plena puberdade e tentar brecar isso seria um crime contra a natureza. Seria um crime contra você mesmo! Meu conselho é que você deixe de lado esta carreira e faça outra coisa que goste.
- Mas eu só gosto disto! É só isso que sei fazer!
- Você vai ter que parar de fazer o que faz! Isso tem de acabar agora!

Ao ver os olhos do jovem se encherem de lágrimas o médico amenizou:

- Ah meu querido, lembre-se do que eu lhe disse sobre igualdade de direitos. Eles não vão admitir mais isso, está ficando muito óbvio! Mas isso não quer dizer que você tenha que parar de nadar! Se quiser, você poderá até mesmo continuar a competir! Não vai ser com humanos, claro! Mas podemos conseguir algo para você no Sea World! Você sempre gostou de Orlando! O que acha de trabalhar no Sea World? Posso mexer uns pauzinhos para você. Não seria difícil. Que tal? - Eu nunca fui bom em trabalhar com animais!
- Ah, é bobagem! Você se acostuma! - o médico, empolgado, levantou-se da poltrona e deu a volta pela mesa para animar seu paciente e coloca-lo de pé - Será um futuro brilhante, o seu nome unido ao do Sea World. Anualmente poderíamos lançar uma competição de natação. Seria você... contra as orcas! Hein? O que acha?
- Não sei não, acho que isso não ia dar certo.
- É claro que vai dar certo, Michael! E alguma vez eu falei algo que não tenha trazido benefícios para você?
- Não! - murmurou Phelps.
- E o que foi que aconteceu quando eu lhe disse que seu lugar era na piscina e que umas pilulazinhas iam dar jeito nestas guelras?
- 16 medalhas de ouro! - Michael não conseguiu esconder seu sorriso.
- Exatamente! Vá e converse com seus familiares! Vai ser um trabalho fácil e rentável! Basta ficar atento ao que eu disser e não comer nenhum peixinho que jogarem na piscina.

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