segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Caso Eloá: o lado da população

Não sou muito de comentar assuntos polêmicos mas o que foi esse "caso Lindenberg"?

É assustador o número de erros da polícia, e como isso pegou mal pra todos nós, brasileiros. Como não bastasse a repercussão causada pela desastrosa operação no sequestro do ônibus 174, achei eu, na minha inocência que isso talvez tenha motivado a Secretaria de Segurança Pública e a própria Polícia a investir pesados recursos no treinamento de policiais de modo a evitar que erros operacionais como aquele tornassem a acontecer. Ledo engano. Novamente eles mostraram que estão muito aquém de uma operação profissional

Apesar da sucessão de erros apontada pelo profissional da SWAT no programa do Fantástico há um erro grotesco que foi notado por qualquer cidadão de bom senso: a polícia permitir (ou facilitar) o retorno de Naiara ao apartamento para negociar com o Lindenberg. Onde já se viu uma coisa dessas? Deixar a menina sem qualquer escolta e pronta para ser novamente sequestrada pelo doente?

Isso mostra o quanto precisamos treinar nossa força tática, o quanto nossos policiais estão perdidos e sem qualquer apoio da nossa secretaria de segurança. Pra avançarmos neste território primeiramente teríamos que ter o reconhecimento formal de que a polícia vai mal, precisa de ajuda e precisa de dinheiro. Mas é claro que isso não vai acontecer, afinal, o orgulho das chefias também exerce papel de destaque neste ramo de negócio. Humildade em aceitar os erros é algo fora de questão.

Lembro de ter escutado na tevê um dos representantes do GATE dizer que se tivessem alvejado o sequestrador, eles seriam criticados pela opinião pública por não "terem dado mais tempo à negociação". Bem, agora eles são criticados por sua ação desastrosa. Então eu pergunto: "Qual das críticas teria sido melhor eles receberem? Crítica por ação desastrada? Ou crítica por ação precipitada, mas certeira (do mesmo modo que acontece na polícia americana)"? Lindenberg ficou na mira de um rifle 6 vezes. Portanto oportunidades não faltaram.

A partir daí, fica outra indagação: "Como vai ser o desfecho do próximo sequestro que envolver imprensa e opinião pública"? Estaremos novamente indignados com (a falta de) o preparo da polícia? Ou estaremos exclamando, "puxa que violência aquilo, né? a televisão não devia mostrar coisas como o sequestrador tomar um tiro na cabeça!"

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